Páginas

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Quem nunca rabiscou em um papel que atire a primeira pedra...

 Atividade 9
 
Apresentar no encontro presencial final produtos que resultam de atos de criação, muitas vezes escondidos em pensamentos, gavetas, guarda-roupas, estantes...

          Quem nunca rabiscou um pedaço de papel que atire a primeira pedra, ou melhor, a primeira folha amassada.

          Existem pessoas que quando  falam ao telefone desenham ou rabiscam alguma coisa. Se formos fazer um análise desses desenhos, eles poderão nos dizer muito. O ato de desenhar ou rabiscar  é inerente ao ser humano. Alguns desenhos o repetimos por vários anos.  A verdade é que desde  pequenos nos comunicamos com o mundo através de nossos desenhos.

 
             Essa situação comum do dia-a-dia não passou desapercebida e  para Winnicott, um grande observador do ser humano,  deu grande destaque a essa expressão livre e criou  o Jogo do Rabisco, que é uma forma de comunicação, um meio de se entrar em contato com o si mesmo da pessoa que joga. Nas palavras do autor: “É simplesmente um método para estabelecer contato com um paciente infantil” (WINNICOTT, 1994, p. 231).
 
          Quando iniciei o  pós, em Arteterapia, descobri que gostava de desenhar. Meus cadernos, polígrafos, bilhetes, qualquer coisa virava tela de pintura.  Comecei a notar que isso me acalmava. Sou muito agitada, não gosto de permanecer parada por muito tempo, gosto de me movimentar, gosto de falar, de dar a minha opinião e nem sempre isso é possível.  Então comecei a desenhar e gostei dos desenhos. No início somente usava o lápis comum, depois passei a ter junto de mim, lápis de cor ou giz de cera. Em qualquer lugar que eu esteja há uma caixa dessas, no carro, na bolsa, no apartamento do meu filho, no caminhão do meu marido, etc.


O rabisco pode mostrar a maneira como o self 
se apresenta   no mundo, não acabado, e esta 
é a grande questão do objeto subjetivo. 
Winnicott define o objeto subjetivo como aquele 
que se forma no psiquismo humano e que pode 
tornar presentes a aspiração e a esperança 
da realização de si. 
(Rabiscando para ser: do si mesmo para o papel Beatriz Pinheiro Machado Mazzolini)


         Só que, a tecnologia, a cada dia, nos surpreende e eu descobri em meu telefone um "Painel de desenho". No início eu achava que só havia a possibilidade de desenho na cor preta, mas explorando vi que podia realizar desenhos coloridos. A partir desse momento,  imaginação passou a ser a personagem principal dessa história.













Desenhos de minha autoria, realizados no celular LG, programa "Painel de desenhos"


“O essencial da arte é exprimir: o que se exprime não interessa.” (Fernando Pessoa)


segunda-feira, 11 de julho de 2011

O professor de ontem e de hoje...

Escola Antonio Francisco - 2010

por Eloise Faistauer Borba




         Quando criança nunca imaginei ser professora.  Quando perguntavam o que queria ser quando crescesse, sempre respondia, quero ser arquiteta, quero desenhar e decorar casas e jardins. 
Pré-  Calil  (1987)
Quando criança temos sonhos totalmente diferente da fase adulta. Quem de nos não imaginou uma profissão e hoje está em outra completamente diferente. Há aqueles que seguiram seus sonhos, mas não é o meu caso.
Fui ser professora porque queria casar e vir morar em uma praia ainda em desenvolvimento. Parecia ser  a melhor profissão naquele momento.
Sou  professora porque escolhi ser. Amo muito esse sacerdócio. Ensinar não é fácil. Sou professora por vocação.
Há alguns anos  atrás, quando em uma família a filha comunicava aos pais que queria ser professora, era uma alegria. Muitas se tornaram educadoras porque a família acreditava que essa era a única profissão para mulheres  aceita pela sociedade.
Hoje quando em  uma família alguém – porque hoje essa profissão deixou de ser exclusiva para mulheres -  decide ser professor alguns dos motivos da escolha  é por que não pode arcar com as despesas de uma profissão mais glamorosa, ou porque  foi um aluno de notas baixas, poucos, muito poucos escolhem ser professor por talento. 



Agente Jovem - Túnel Verde (2008)
Este mês é o mês  do professor. Não recebi nenhuma mensagem de nenhum aluno, de nenhum familiar. É um dia qualquer. As mensagens enviadas por órgãos públicos e até mesmo pelos colegas e equipes não nos fazem sentir melhor. As palavras ditas são sempre as mesmas, profissão difícil, mal remunerada, mas há sempre alguém que ouviu as suas palavras e segue seu exemplo. Nada incentivador para alguém que não aguenta mais o fardo que assumiu.
Quando iniciei minha carreira era audaciosa, corajosa queria fazer a diferença, não me importava com os obstáculos.  Hoje estou cansada, desanimada, infeliz e doente, muito doente.






Agente Jovem - Túnel Verde (2008)
Sinto saudade da época em que eu era PROFESSORA. Hoje sou vaquinha de presépio. Hoje sou o que os outros querem que eu seja, eles  decidem o que eu irei ensinar, qual horário irei sair, quantos dias darei aula. Aula, o que é isso mesmo? Há quanto tempo não dou uma aula decente? Há quanto tempo estou deixando de dar aula para participar de Festi- qualquer coisa, Olimpíada da (insira o que você quiser), inauguração das casinhas lá no fim do mundo... Viramos animador de festas, público de inaugurações, salvadores de eventos que já nasceram fracassados.
Sei que é um desabafo pessoal, sei que estou olhando somente para o meu quadrado. Talvez  muitos dos meus colegas comunguem da minha mesma opinião, outros acham até melhor não ter que enfrentar os alunos. Por que é isso o que estamos fazendo dia a dia, enfrentando alunos que não estão nem ai para a aprendizagem. E que aprendizagem é essa? Enchemos o quadro com um texto,  perguntas, se der tempo corrigimos, senão fica assim mesmo. Um mês depois prova. Se o professor é bonzinho com consulta.
O discurso é sempre o mesmo:

EJA - Calil (2006)
“Não é por falta de vagas. É por falta de estímulos, valorização e respeito social na carreira de professor, elementos incompatíveis com a responsabilidade deles. Os salários cada vez mais baixos e a autoestima cada vez mais comprometida, desmotiva novos candidatos e os veteranos abandonam pouco a pouco a profissão procurando alternativas de sobrevivência econômica, pois nem livros podem comprar para se reciclar. Livros ou a feira! Não se trata de nenhuma escolha difícil de ser resolvida.  O país pelo segundo ano consecutivo teve queda importante – 4,5% – do número de jovens candidatos para cursos ligados ao Magistério (ciências sociais, letras, geografia, química e filosofia).”



Sabemos o motivo, mas porque não buscamos  a solução?


5° ano - Escola Calil  (2007)

Demerval Saviani, o mais conhecido pedagogo brasileiro, defende em entrevista à Rubra, que a escola não é um «lar», um prolongamento da família, mas sim um espaço onde os nossos filhos se preparam cientificamente, onde aprendem a conhecer o que de melhor no campo da ciência, da arte, da cultura a humanidade produziu. Há muito para aprender a sério. Ao professor deve ser devolvida a sua função: ensinar.




Mudanças precisam ocorrer, é fato. Respostas ainda não temos e talvez nunca as tenhamos. A realidade mudou e precisamos inclusive perguntar se a instituição escolar, tal como a conhecemos hoje, não está com seus dias contados.
 Texto criado em outubro/2010 para o módulo  
A Pós-modernidade e o Contemporâneo - Expressão necessária: arte, literatura e filosofia

Pós Graduação Lato Sensu em Modalidade a Distância
Espaços e possibilidades para a educação continuada

Fotos: Arquivo pessoal

Educação e gênero

 


por Eloise Faistauer de Borba

Lidar com a as diferenças não  é tarefa fácil. Quando penso em cultura de gêneros lembro de personagens da literatura como Joana D’arc que foi educada para ser uma boa esposa, mas que cortou o cabelo bem curto, vestiu-se de homem para poder realizar a sua missão.  
Atualmente, ainda vivemos em uma sociedade, em pleno século XXI, que, culturalmente, a mulher ainda é  vista como aquela que cuida da casa e dos filhos para que o homem trabalhe  e ganhe o  sustento da família. Ainda possuímos profissões que são exclusivas  de mulheres como ser professora, cozinheira, cabeleireira, enfermeira e outras profissões que são denominadas  de homem, piloto de avião, caminhoneiros, pedreiros... Precisamos de uma educação que quebre com essa desigualdade e com esse rótulo entre gêneros. A educação é quem poderá transformar essas desigualdades entre os gêneros. Infelizmente, meninos e meninas são educados de forma diferente e para a mulher cabe a  submissão. O homem é criado para  o público e a mulher para o privado. A menina pode ser sensível e o  menino não pode  chorar. Menina brinca com bonecas e os meninos com carrinhos. Ao homem cabe usar azul e as mulheres rosa.
A escola tem um papel importante nestas conquistas. No entanto, ainda é pequeno o trabalho desenvolvido sob a perspectiva de gênero para potencializar a educação como um verdadeiro instrumento de democracia e equidade para o futuro que desejamos. A  escola poderá certamente contribuir para uma maior igualdade entre homens e mulheres no conjunto da sociedade, à medida que caminhar na direção de uma educação não-sexista, que contribua para superação de preconceitos e para a construção de pessoas comprometidas com a igualdade de direitos entre os sexos.
É necessário que para se evitar uma educação sexista devemos impedir grupos por sexo, realizar uma  leitura crítica dos livros didáticos a partir da perspectiva de gênero, passar a analisar a realidade da sociedade brasileira e qual é a verdadeira importância da mulher na nossa  sociedade, tentar acabar com os estereótipos que prende  homens e mulheres em mundos divididos e ditados por padrões de comportamento. Se hoje as mulheres ocupam outros espaços e não desempenham apenas o papel do privado é porque questionou e lutou pela igualdade entre homens e mulheres. Há, ainda, um   grande desafio da educação na  construção de um ensino não sexista e que ajude a transformar a  nossa sociedade.


Texto criado no módulo Estudos Culturais - Filosofia da Diferença.

Pós Graduação Lato Sensu em Modalidade a Distância
Espaços e possibilidades para a educação continuada

domingo, 10 de julho de 2011

Animais do Brasil

Declaração Universal dos Direitos dos Animais

Art.1o - Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência.




Art.2o - Cada animal tem direito ao respeito. O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar outros animais ou explorá-los, violando este direito. Ele tem o dever de colocar sua consciência a serviço de outros animais. Cada animal tem o direito à consideração e à proteção do homem.




Art.3o - Nenhum animal será submetido a maus-tratos e atos cruéis. Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia.




Art.4o - Cada animal que pertence a uma espécie selvagem tem o direito de viver em seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático, e tem o direito de reproduzir-se. A privação da liberdade, ainda que para fins educativos, é contrária a esse direito.




Art.5o - Cada animal pertencente a uma espécie que vive habitualmente no ambiente do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade que são próprias de sua espécie. Toda modificação imposta pelo homem para fins mercantis é contrária a esse direito.




Art.6o - Cada animal que o homem escolher para companheiro, tem direito a um período de vida conforme sua longevidade natural. O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.




Art.7o - Cada animal que trabalha tem direito a uma razoável limitação do tempo e intensidade de trabalho, a uma alimentação adequada e ao repouso.




Art.8o - A experimentação animal que implique sofrimento físico é incompatível com os direitos dos animais, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra. As técnicas substitutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

 

Art.9o - No caso de o animal ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido, alojado, transportado e morto, sem que para ele resulte em ansiedade e dor.





Art.10o - Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem. A exibição dos animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.





Art.11o - O ato que leva à morte de um animal sem necessidade é um biocídio, ou seja, um delito contra a vida.




Art.12o - Cada ato que leva à morte um grande número de animais selvagens é um genocídio, ou seja, delito contra a espécie.



Art.13o - O animal morto deve ser tratado com respeito. As cenas de violência em que os animais são vítimas devem ser proibidas no cinema e na televisão, a menos que tenham como foco mostrar um atentado aos direitos dos animais.




Art.14o - As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ter uma representação junto ao governo. Os direitos dos animais devem ser defendidos por leis, como os direitos humanos.




(Resolução aprovada pela ONU)
Fonte: Renctas (Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestres) 
 
Fotos: Arquivo Pessoal